Saúde mental na Adolescência, Pandemia e cuidados públicos

A adolescência é uma fase de transição na vida de qualquer pessoa, repleta de mudanças físicas e emocionais. Porém, os tempos atuais têm apresentado desafios ainda maiores para a saúde mental dos jovens brasileiros.

Estivemos reunidos na CAMARA DE VEREADORES DE ITAJAI, esta semana para discutir - em AUDIÊNCIA PUBLICA - junto com adolescentes, professores, médicos, psicólogos e o poder público, representado pela vereadora Aline Aranha- as necessidades urgentes de ações públicas voltadas à diminuição dos conflitos e sofrimentos mentais que os adolescentes estão vivendo em nossos atuais dias.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior número de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo, com cerca de 18,6 milhões de brasileiros sofrendo com o problema. Além disso, a pandemia de COVID-19 e o isolamento social têm agravado ainda mais a situação, afetando a saúde mental de pessoas de todas as idades, em especial os adolescentes.

Em Santa Catarina, a situação não é diferente. De acordo com um estudo realizado pelo Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI) da Universidade Federal de Santa Catarina, em 2019, cerca de 23% dos adolescentes do estado apresentavam sintomas de depressão e ansiedade. Além disso, a taxa de suicídio entre jovens de 15 a 19 anos aumentou em 25% nos últimos 10 anos em Santa Catarina, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde.

Nesse contexto, é fundamental entender os principais problemas observados em relação à saúde mental dos adolescentes e buscar formas de prevenção e tratamento. Questões como bullying, pressão social, transtornos alimentares, uso excessivo de tecnologia e drogas são alguns dos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de problemas psicológicos nessa faixa etária.

Por isso, é importante que pais, escolas e profissionais de saúde estejam atentos a essas questões e trabalhem juntos para promover a saúde mental dos adolescentes. O diálogo aberto, o acompanhamento psicológico e o estímulo à prática de atividades físicas e hobbies são algumas das formas de prevenir e tratar os transtornos mentais na adolescência.

A pandemia de COVID-19 impactou significativamente a saúde mental de crianças e jovens em todo o mundo. Ainda que as crianças não sejam o grupo de maior risco para a infecção pelo vírus, a pandemia trouxe muitas mudanças em suas rotinas e em suas vidas, o que pode ter efeitos significativos em sua saúde mental.

Durante a pandemia, as escolas foram fechadas em muitos países, e as crianças passaram a estudar em casa. Isso trouxe desafios para as famílias, especialmente para aquelas que têm pais que precisam trabalhar fora de casa. A falta de contato social com amigos e familiares, o isolamento social e a incerteza em relação ao futuro também podem ter impactos negativos na saúde mental das crianças.

Por isso, é importante que os governos e as autoridades de saúde pública reconheçam a importância da saúde mental infantil durante a pandemia e ofereçam cuidados e recursos adequados para as famílias. Os serviços de saúde mental devem estar disponíveis e acessíveis para as crianças e jovens, e as escolas devem ter recursos para oferecer suporte emocional aos alunos e seus pais.

Além disso, é importante que as famílias tenham acesso a informações claras e precisas sobre a pandemia e suas medidas de prevenção. Isso ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade das crianças, assim como de seus cuidadores.

Os cuidados públicos devem reconhecer a importância da saúde mental infantil e incluí-la em suas políticas e práticas. Com esses cuidados e recursos adequados, é possível garantir que as crianças e jovens tenham acesso ao suporte emocional necessário durante a pandemia, o que pode ter um impacto positivo em sua saúde mental e em seu bem-estar geral.