Vacinas do Posto ou de Clinicas ?
Muitas mamães tem dúvidas entre dar a vacina no posto de saúde ou em clínica particular e aqui vamos falar um pouco sobre cada tipo de vacina e a diferença entre posto e as clínicas.
As vacinas do recém-nascido: BCG e hepatite B
Vacina BCG
Esta vacina pode ser aplicada já na maternidade ou nos postos de saúde e clínicas particulares no primeiro mês de vida. A vacina BCG do posto, da maternidade ou da clínica particular são exatamente iguais.
A vacina BCG é feita com uma bactéria chamada Bacillus Calmette-Guérin e tem como objetivo prevenir contra as formas graves de tuberculose. Ela é aplicada no braço direito da criança, por via intradérmica (injetável). Alguns dias após a aplicação, forma-se um pequeno carocinho no local que irá abrir (supurar) e eliminar uma secreção branca e sem odor. Após alguns dias, a ferida se fecha e deixa uma pequena cicatriz arredondada no local. Esta reação é normal e demora em média um mês para se completar, mas há casos em que a ferida demora um pouco mais para evoluir, ou mesmo em outros casos, a ferida que já estava fechada pode voltar a abrir e fechar novamente. Se isto acontecer, não se preocupe, isto é normal. Não se deve espremer a lesão e também não se faz curativo no local.
Vacina contra Hepatite B
Esta vacina protege contra a hepatite B, que é causada por um vírus, transmitido pelo contato com sangue e secreções de pessoas contaminadas. A hepatite B, em alguns casos, pode causar uma hepatite crônica, com maior risco de evolução para câncer de fígado. A vacina é injetável e o esquema completo de imunização é composto de três doses, sendo que a primeira dose pode ser aplicada já na maternidade ou durante o primeiro mês de vida. A vacina é aplicada no músculo da coxa do bebê e os efeitos colaterais são raros.
Eventualmente, pode ocorrer dor local e febre baixa no mesmo dia e até no dia seguinte à aplicação. A vacina do posto, das clínicas e da maternidades são exatamente iguais.
Como o primeiro mês de vida do bebê envolve muitas novidades, surpresas e noites sem dormir, por uma simples questão de praticidade e comodidade, costumo recomendar que estas duas vacinas sejam aplicada já na maternidade, pois desta forma, o bebê e a mamãe serão poupados de sair de casa no primeiro mês para fazer a vacinação.
Vacina contra poliomielite (Sabin e Salk)
A poliomielite é causada por um vírus cuja aquisição se faz por via oral, ou seja, pela ingestão de água ou alimentos contaminados com o vírus. O vírus da pólio causa a tão temida ˜Paralisia Infantil”, uma doença que felizmente já foi erradicada do Brasil. Porém, a pólio ainda está presente em várias partes do mundo e, por este motivo, é fundamental que continuemos a vacinar as nossas crianças contra a pólio.
Sabin = vacina contra a pólio via oral
É a vacina da gotinha. É uma vacina muito eficaz e que é feita com vírus vivos atenuados, ou seja, enfraquecidos por processos químicos. Por conter vírus vivos, mesmo que estejam atenuados, há um pequeno risco do vírus da vacina causar a paralisia infantil. Em um país onde a paralisia infantil já foi erradicada, no meu entender, não é admissível se correr o risco de adquirir poliomielite pela vacina.
Salk= vacina contra a pólio injetável
É injetável e é feita com vírus inativados, não havendo qualquer risco de se adquirir poliomielite por esta vacina. Quanto à eficácia, as duas vacinas, a Salk e a Sabin são igualmente eficazes na proteção contra a pólio.
O esquema completo de vacinação, tanto para a Salk como para Sabin é composto de seis doses: aos 2, 4 e 6 meses, 1º reforço com 15 meses e 2º reforço entre 4 e 6 anos de idade.
Já foi introduzida a vacina Salk nos postos de saúde. Até os 6 meses, a vacina utilizada no posto de saúde é a Salk(injetável), a partir dos 6 meses, a vacina continua sendo a Sabin(via oral).
Vacina tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche)
A diferença entre a tríplice do posto e das clínicas é que a vacina do posto é feita com células inteiras e a das clínicas é acelular. Trata-se de uma questão técnica que diz respeito ao processo de fabricação da vacina, não havendo interferência na eficácia da vacina. Porém, há uma diferença na prática: observa-se que a vacina de células inteiras (utilizada nos postos de saúde) causa efeitos colaterais como inchaço, dor no local da aplicação e febre com uma maior frequência.
O esquema completo de vacinação também é composto de três doses,(2, 4 e 6 meses), 1º reforço com 15 meses e 2º reforço entre 4 – 6 anos de idade.
Vacina contra haemophylus influenzae
Esta bactéria é responsável por infecções como otites, pneumonias, sinusites e até mesmo meningite, principalmente em crianças com menos de 4 anos de idade. As vacinas contra ohaemophylus influenzae dos postos de saúde e das clínicas são iguais.
Nos postos de saúde, a vacina contra o haemophylus é aplicada juntamente com a vacina tríplice bacteriana e, por este motivo, se chama vacina tetrabacteriana e, neste caso, a tríplice será a de células inteiras, como foi descrito anteriormente.
Nas clínicas particulares, a vacina contra haemophylus influenzae é oferecida separadamente,ou junto com a tríplice acelular (tetravalente acelular), ou ainda dentro da vacina hexavalente ou dentro da vacina pentavalente.
Vacina hexavalente
É uma vacina que combina 6 vacinas em uma única injeção: Salk (pólio inativada), tríplice acelular (difteria, tétano e coqueluche), haemophylus influenzae e hepatite B. Esta vacina está disponível somente nas clínicas particulares e pode ser utilizada aos 2 e 6 meses de vida do bebê.
Vacina pentavalente
É uma vacina que combina 5 vacinas em uma única injeção: Salk (pólio inativada), tríplice acelular (difteria, tétano e coqueluche) e haemophylus influenzae. Esta vacina está disponível nos postos de saúde e nas clínicas particulares e pode ser utilizada aos 4 meses de vida do bebê e no 1º reforço, aplicado geralmente com 15 meses de vida.
Vacina contra meningococo C conjugada
Esta vacina protege contra a meningite causada pelo meningococo do tipo C, que é o tipo de meningococo mais freqüente em circulação no Brasil. As vacinas contra meningococo C do posto e das clínicas particulares são exatamente iguais, tanto na eficácia como na frequência de efeitos colaterais. É uma injeção que é aplicada na coxa do bebê, sendo que o esquema completo é composto por duas doses, que são aplicadas geralmente aos 3 e 5 meses de vida, com um reforço com 1 ano de idade. Os efeitos colaterais incluem dor no local da aplicação e febre que podem ocorrer no dia da aplicação e no dia seguinte.
Vacina conjugada contra o pneumococo
O Streptococcus pneumoniae ou pneumococo é uma bactéria que pode causar infecções como otites, sinusites e também outras mais graves, como meningites e pneumonias. Há dezenas de tipos de pneumococos, mas ainda não há uma vacina que proteja contra todos os tipos de pneumococos. As vacinas disponíveis protegem contra os tipos que circulam com maior freqüência na população.
A vacina dos postos de saúde protege contra 10 tipos de pneumococo (por isso é conhecida como “10 valente”) e a vacina das clínicas particulares protege contra 13 tipos, ou seja, os dez tipos da vacina do posto e mais 3 tipos, o que corresponderia a uma proteção 6% maior do que as vacinas dos postos. A vacina das clínicas é conhecida como “13 valente”.
O esquema completo de vacinação, tanto para as vacinas dos postos como das clínicas, é composto de 3 doses e um reforço após um ano de idade. Nas clínicas, ela costuma ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, com um reforço após um ano de idade. Nos postos de saúde, ela costuma ser aplicada aos 3, 5 e 7 meses, com um reforço após um ano de idade. O importante não é o mês em que se inicia o esquema vacinal e sim o intervalo entre as doses, que deve ser de pelo menos 2 meses.
A vacina é injetável e é aplicada na coxa do bebê, podendo causar dor e inchaço no local da aplicação e também febre no mesmo dia e no dia seguinte à aplicação.
Vacina tríplice viral – Sarampo, Caxumba e Rubéola (MMR)
A vacina tríplice viral protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. Também é conhecida como MMR que é a sigla em inglês da vacina: Measles, Mumps, Rubella. Ela é feita com os vírus vivos atenuados (enfraquecidos) causadores do sarampo, da caxumba e da rubéola. Os vírus das três doenças estão contidos dentro de uma mesma vacina, ou seja, a criança recebe uma só injeção que protege contra as três doenças.
As vacinas dos postos e das clínicas particulares são exatamente iguais, tanto na eficácia como na ocorrência de eventuais efeitos colaterais. Ao contrário da maioria das outras vacinas, os efeitos colaterais ocorrem em média de 7 a 10 dias após a aplicação. Pode ocorrer febre, mal-estar e até lesões de pele semelhantes àquelas causadas pelo sarampo e rubéola, porém, em intensidade muito menor. Na grande maioria dos casos, os efeitos colaterais ou não ocorrem, ou são tão leves que não chegam a ser percebidos pelos pais.
O esquema vacinal consiste em uma dose quando a criança completa um ano de idade e um reforço entre quatro e seis anos de idade, preferencialmente, aos quatro anos.
Vacina contra varicela – Catapora
A vacina contra a varicela, por enquanto, só está disponível nas clínicas particulares. Esta vacina é feita com o vírus vivo atenuado causador da varicela e pode causar efeitos colaterais em média de 7 a 10 dias após a aplicação da vacina. Pode ocorrer febre, mal-estar e até lesões de pele semelhantes àquelas causadas pela catapora, porém em quantidade e intensidade muito menores do que na doença original. Na maioria dos casos, os efeitos colaterais não ocorrem ou não chegam a ser percebidos pelos pais.
O esquema vacinal consiste em uma dose quando a criança completa um ano de idade e um reforço entre quatro e seis anos de idade, preferencialmente, aos quatro anos.
Recomendações importantes
Não utilizar medicações que contenham ácido acetil salicílico (por exemplo: AAS, Aspirina, Melhoral) por um mês após a aplicação da vacina da catapora. Existem relatos da ocorrência de casos de uma doença chamada Síndrome de Reye associados ao uso de AAS na vigência de infecção pelo vírus da varicela. A Síndrome de Reye é uma doença grave, de rápida progressão e, muitas vezes, fatal, que acomete o cérebro e o fígado.
Como ambas as vacinas (tríplice viral e varicela) devem ser aplicadas com um ano de idade, recomenda-se que as duas vacinas sejam feitas no mesmo dia. Porém, se os pais preferirem fazer em dias diferentes, é muito importante lembrar que deve haver um intervalo mínimo de um mês entre uma vacina e outra. Isto ocorre porque as duas vacinas são feitas com vírus vivos.
Vacina tetravalente viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela combinadas)
Esta vacina está disponível somente nas clínicas particulares e tem a vantagem de associar as vacinas tríplice viral e a varicela em uma só injeção. Há relatos de uma maior frequência de febre e, eventualmente convulsões, em crianças jovens que utilizaram esta vacina combinada. Sendo assim, alguns pediatras preferem não utilizar a vacina na primeira dose, que é dada com um ano de idade e indicá-la somente por ocasião do reforço, entre 4 e 6 anos de idade.